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Review de Tirania dos Dragões | Parte 1 Preparações iniciais

Escrito por: Orik

Esse review é o primeiro de vários, onde pretendo revisar e dar dicas sobre uma campanha de D&D 5e Tirania dos Dragões!

Olá pessoal! Eu me chamo Orik e essa matéria é a primeira de várias, onde pretendo revisar e dar dicas sobre uma campanha do nosso querido D&D 5ª Edição que eu, particularmente, acho que merecia ser mais jogada. Tirania dos Dragões!
Gosto bastante do tema dessa campanha, afinal, todos nós quando jogamos Dungeons and Dragons queremos, ao menos algumas vezes, entrar em masmorras e enfrentar dragões e essa história nos permite fazer exatamente isso. Porém, a aventura não foi escrita pela equipe da Wizards of the Coast e tem vários problemas que tornam a aventura uma experiência não tão agradável (na minha opinião) se o Mestre de jogo seguir o livro de maneira mais rígida. Dessa forma, a aventura demanda bem mais preparação do DM para ser de fato aplicada, tornando o livro mais uma “linha guia” ou uma inspiração para o que de fato a campanha vai se tornar na sua mesa. E, diante disso, eu estou aqui para compartilhar um tanto da experiência que tive (e ainda estou tendo) narrando essa aventura e tentar ajudar aqueles de vocês que gostariam de jogá-la também.
Tirania dos Dragões é uma história enorme, composta de dois grandes arcos que são: “O Tesouro da Rainha Dragão” e “A Ascensão de Tiamat”. Ambos os arcos têm como premissa principal uma mudança drástica no padrão das ações do “Culto do Dragão” e seus planos de trazerem a deusa Tiamat (ou Tia do Mate, como meus jogadores logo a apelidaram) para o plano material. Dentro desse primeiro Review, pretendo apresentar os aspectos gerais do primeiro arco da campanha e coisas que seriam interessantes de se estudar um pouco antes de começar qualquer coisa. Nas demais partes do Review irei abordar o livro capítulo a capítulo, agrupando alguns deles no mesmo texto quando for conveniente.
O Tesouro da Rainha Dragão é o princípio de tudo e gira em torno de uma janela de oportunidade onde os personagens podem encontrar informações sobre as ditas mudanças nas ações do Culto, que deixou de tentar criar Dracoliches (mais detalhes em Regras do D&D 5e, episódio 146), e passou a atuar com dragões vivos(mais detalhes em Regras do D&D 5e episódios 150 a 160). Essas informações coletadas pelos personagens terão uso para organizar, no futuro, uma frente de resistência ao culto com o apoio das facções da Costa da Espada. Tendo isso em mente, eu recomendaria ao Mestre que pretende narrar essa aventura, que estude mais a fundo a organização interna e as motivações tanto do Culto quanto das Facções.
Por ser uma aventura que gira em torno de uma janela de oportunidade para obter informações de altíssimo valor, essa é uma história que direciona muito os jogadores para um caminho. Essa característica pode fazer com que os jogadores se sintam bastante obrigados a seguir um trilho de trem, gerando frustração devido ao sentimento de falta de liberdade. Minha solução para isso, foi tornar a campanha frenética, fazer com que tudo aconteça rapidamente e que, se não agirem logo, os personagens podem perder tudo.
Por outro lado, eu me preocupei muito em dar o máximo de liberdade possível para eles em como abordar cada situação que a história lhes apresentava, muitas vezes, até criando outras soluções e caminhos para além daqueles propostos pelo livro. Com isso, eu acredito que fui bem sucedido, meus jogadores tomaram gosto por cada situação apresentada e ao mesmo tempo diziam que tudo realmente acontecia muito rápido.
Porém, antes de eu me atropelar falando da minha experiência, vamos para as coisas que acho relevantes serem estudadas antes de jogar essa aventura. Para além da organização das facções e do Culto do Dragão, vocês vão ter que trabalhar muito com, pasmem, dragões! Para dar mais profundidade a essa campanha será bem interessante estudar a personalidade geral de cada tipo de dragão, de maneira que isso se reflita, de alguma forma, nos membros do culto, a depender de qual dragão eles se identificam mais. O próprio livro retrata os cultistas pintando alguns dedos das mãos, indicando qual Orador da Anciã eles servem. Então, colocar profundidade nisso é bem interessante, se houver espaço na sua campanha.
Além de colocar isso nos membros do Culto, ter conhecimento da personalidade geral dos dragões (Regras do D&D 5e episódios 150 a 160) permitiria tornar os dragões com os quais os personagens vão interagir únicos, alterando alguns detalhes das personalidades gerais para surpreender os jogadores. Para além disso, vários dos dragões usados nessa parte da campanha, e na segunda, já existem em outras obras do D&D, mas eles não foram muito bem descritos nestes livros, então convém pesquisar mais sobre eles quando estes forem aparecer.
Durante essa primeira parte da campanha, os personagens terão passagens bem rápidas pelas cidades de Elturel, Portões de Baldur e Águas Profundas. Eu não acredito que valham estudos muito profundos dessas cidades para o desenvolvimento dessa parte, já que as passagens são muito rápidas, mas a dinâmica geral de viajantes que por elas passam virão a calhar. Dito isso, eu faço uma ressalva, se você é um mestre que gosta de tramas políticas em cidades e coisas do tipo, estude bem Águas Profundas e introduza esse tipo de trama durante a breve passagem dos personagens pela cidade, pois você poderá fazer muito uso disso no próximo arco da campanha.
Bem, agora que expus as coisas a serem estudadas, vou falar de coisas que eu mudaria no quadro geral da campanha para torná-la mais fácil de conduzir. Primeiramente, durante o segundo capítulo, os personagens conhecem o NPC que será o principal motor da história, o Monge Harpista Leosin Erlanthar. É um personagem que eu particularmente gosto, ele se envolveu nas armações do Culto, seguindo a própria intuição de que havia algo errado nas novas atividades dos cultistas. Apesar de ser um personagem interessante, eu vejo dois problemas com ele. A conexão dele com os personagens é muito frágil para que eles sigam as intuições do monge e entrem em situações extremamente perigosas por ele.
Então eu sugiro mudar um pouco o Leosin e fazer dele um parente ou mentor (perfeito se tiver alguém jogando de monge) dos personagens, isso resolveria esse problema com certa facilidade. Trocar o personagem por outro que sirva ao mesmo papel também funcionaria, mas eu, particularmente, gostei da personalidade dele e com o tempo ele desenvolveu um carinho grande pelo grupo por terem confiado nos instintos dele e ajudado nas missões. Algo que eu não mudaria no personagem, de forma alguma, é o fato dele ser um Harpista, não só por já ser uma introdução às facções na campanha, mas também por ele ter esse alinhamento ajuda a resolver um problema de personagem bem mais adiante na história e que eu comentarei no capítulo em específico.
Outra faceta da história que eu mudaria se mescla ao anterior, são os objetivos do Culto. As intenções do Culto de trazer Tiamat dos Nove Infernos para o plano material é revelada muito cedo na trama, isso tira muito o peso que esse acontecimento teria se tivesse sido construído de forma mais gradual ao longo das sessões. Algo de dimensões tão catastróficas quanto essas, precisa ter um impacto nos personagens. Dito isso, eu proponho uma solução usando uma ponta solta, que ficou na descrição que o livro apresenta do personagem Leosin Erlanthar. É dito, no livro, que o fato o qual levou Leosin a agir contra o Culto, foi ele ter descoberto algum conhecimento dracônico perdido em uma biblioteca. Não é dito o que ele descobriu, nem em quais condições, somente que isso o obrigou a agir diante de suas suspeitas. Fazendo a conexão com o plano do Culto, Leosin pode ter descoberto sobre as Máscaras de Dragão. Porém, ao invés de serem os artefatos que trarão Tiamat ao plano terreno, Leosin sequer pensou que elas seriam capazes de algo desse tipo, a preocupação dele é de que elas permitam que o Culto organize os dragões cromáticos sob um único propósito e permita uma nova “Era dos Dragões”. Fazendo essa alteração e deixando no suspense se esses artefatos realmente existem e se estão em posse do Culto, criaria um clima investigativo mais intenso para a trama que, de certa forma, se propõe a isso enquanto os personagens perseguem o tesouro acumulado do Culto para, em um final dramático, descobrir que esse é o Tesouro da Rainha Dragão, que retornará ao plano terreno.
Bem, esses foram os meus “pensamentos preliminares” sobre a primeira parte de Tirania dos Dragões. No próximo texto, eu farei meus comentários sobre o capítulo 1 e os ganchos que o livro sugere para os personagens. Sintam-se à vontade para comentar, fazer perguntas e dividir os seus próprios pensamentos sobre essa campanha que se tornou tão querida para mim.


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Luis Henrique Couzen Magalhães

Artista marcial, Historiador L(G)BT, baixinho e RPGista apaixonado....sou praticamente um Anão Monge que adora uma boa história de Taverna.
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