ContosFantasia Medieval

O Mago Louco – Parte 3

Escrito por: Leo Rodrigues

A loucura muitas vezes pode ser confundida com a falta de compreensão dos demais para com os objetivos de cada indivíduo, seria Ragy Lemar louco ou apenas um homem em busca de conhecimento e de explorar as possibilidades de seu mundo?

CAPÍTULO 3: O mal surge das sombras.

 

   Lá estava Ragy Lemar, no meio da floresta, envolto pela escuridão tenebrosa, sua cabeça inteira latejava. Ele olhava para todos os lados, segurando o cajado com as duas mãos, pronto para atacar ou defender-se. Logo em frente a ele, no meio de dois arbustos baixos nada simétricos, ele conseguiu reconhecer um par de olhos pequenos e vermelhos brilhando, olhando fixamente para ele, não era um olhar humano, muito menos amigável.

   Quando Ragy se preparou para golpear aquela criatura, ele percebeu pela sua visão periférica, em um ponto mais alto, outro par de olhos, e outro, e outro… com certeza eram mais de dez, estava cercado.

   Aqueles pequenos seres começaram a movimentar-se em torno dele, de um lado para o outro, moviam-se rápido como o vento, pareciam subir e descer dos galhos das árvores mais altas sem dificuldade alguma. O homem tentava em vão acompanhar aqueles movimentos, girando para um lado e para o outro, esmagando pequenos galhos e folhas à sua volta.

   Os seres tinham o pequeno corpo cheio de pêlos pretos, que os ajudavam a se esconder nas sombras, quatro patas com garras afiadas, assim como os dentes serrilhados, as orelhas eram pequenas e pontudas, os olhos inteiramente vermelhos, e possuíam um rabo comprido e poderoso que os auxiliava na locomoção.

   Ele sabia que não era possível se defender de todas as criaturas, então decidiu que atacaria uma de cada vez, focando seu olhar em apenas uma delas, que estava bem à sua frente, quase na altura do chão.

   Fez o melhor para acompanhar aquele ser, girou-se rapidamente 90 graus para a direita quando o bicho saltou para uma árvore, depois, em um pulo, deu quase uma meia-volta completa quando a pequena criatura saltou por cima de sua cabeça, para uma árvore do outro lado, mas ele estava tão concentrado em seguir aqueles olhinhos, que ao girar mais uns 90 graus para sua esquerda, não percebeu um galho retorcido pendurado na altura de sua cabeça.

   O choque com o galho lhe causou três arranhões no lado esquerdo do rosto e foi o suficiente para ele se distrair e baixar a guarda por um segundo.

   Ao recuperar a postura, só teve tempo de ver aquele par de olhos que ele seguia pulando na sua direção e aumentando de tamanho à medida em que se aproximava.

   Por puro reflexo, moveu seu cajado de encontro à criatura, atingindo-a em cheio, jogando-a de volta para o breu dos arbustos. Antes que ele pudesse se dar ao luxo de se recompor, sentiu um ser agarrar-se em suas costas e notou que todos aqueles dez ou talvez mais seres estavam pulando em sua direção.

   Num ato de desespero, começou a bater com seu cajado em tudo que estivesse próximo. Com extrema destreza, sentia seus golpes acertando galhos, arbustos e criaturas, também percebeu que havia perfurado alguns seres e árvores.

   Ele podia ver que em cada batida que seu cajado desferia, criava-se uma onda de energia azul clara, aumentando o impacto e o poder de seus golpes.  Mas isso tudo parecia não ser suficiente para frear aqueles animais enfurecidos, nada adiantava, eles sempre voltavam, e cada vez mais rápidos, cada vez mais ferozes.

   Após alguns minutos de combate, Ragy Lemar golpeou com força demais uma árvore, partindo seu cajado ao meio. Sentiu o peso dos pequenos seres em suas costas e ombros e caiu de joelhos, sentia-os golpear e arranhar sua cabeça e suas costas, sua visão estava ficando turva, estava tonto, como quem pisa em terra firme após dias de navegação em mar aberto, sentia sua força se esvair.

   Mas reuniu toda a energia que ainda possuía em seu corpo e em sua alma e proferiu as palavras mágicas: “evanescente malum”.

   Um calor percorreu todo o seu corpo, seus pulmões queimavam, ele sentiu suas mãos formigando, sua cabeça parecia que ia explodir, gritou. Apertou os olhos com a luz forte que irradiou das palmas de suas mãos voltadas para cima, sentiu o peso em suas costas sumir, o vento frio da floresta passando em seus cabelos, ouviu apenas o silêncio, ficou aliviado, sabia que o mal fora embora, por enquanto.

   Ainda estava muito tonto e foi caindo ao passo em que perdia a consciência. Ao colidir de rosto com o chão abriu os olhos num susto, estava tudo claro, ele não estava mais na floresta, mas sim deitado numa pequena cama, em algum lugar desconhecido.

   A luz do sol invadia o pequeno cômodo pela janela de madeira empenada, com cortinas brancas manchadas, castigadas pelo tempo. Ragy Lemar estava em uma cama de solteiro de colchão mole, suas costas doíam.

   Ele não fazia ideia de como fora parar ali. A única coisa que lembrava era de estar no escuro e caindo. Ainda estava sonolento e com a visão um pouco turva, mas conseguiu distinguir em um dos cantos do quarto, próximo à porta entreaberta, apoiado no chão de madeira e na parede de pedras, o seu cajado partido ao meio.

   Instantaneamente, uma onda de frio percorreu sua espinha, e como em um flash ele se lembrou do confronto com as criaturas na floresta. Aquilo foi o suficiente para que ele despertasse de vez.

Escrito por: Leo Rodrigues


 

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